domingo, 29 de abril de 2018

PROJETO BRASIL CIDADÃO ELEIÇÕES 2018

A partir  de hoje, o blog  O Cidadão do Mundo passará a apresentar  um conjunto de propostas a longo prazo, para um Brasil melhor, o Brasil do futuro, o país que os brasileiros honestos e patriotas sonham construir.

O caminho é muito longo, sabemos, e os adversários    das transformações que nos coloquem no primeiro mundo são muitos e poderosos.

Mas se nos omitíssemos, talvez um dia viéssemos a sentir vergonha perante  as novas gerações que porventura venham  a redimir nosso  país da triste condição  em  que se encontra – a condição  de país  que tem os políticos  mais corruptos  do planeta.

Despretensiosamente, e para a avaliação da   sociedade brasileira,  apresentamos, então, o Projeto Brasil Cidadão, um plano com ideias para as áreas de segurança pública, justiça, trabalho, ensino, cultura, saúde,  planejamento, reformas constitucionais e legislativas.


Cada uma dessas áreas será abordada detidamente  em um ou mais artigos do blog O Cidadão do Mundo.
Diz-se que da discussão nasce  a luz. 

Sendo assim,   nosso   objetivo é apenas sugerir possíveis soluções para o Brasil, a fim de aperfeiçoar  nossa democracia e dignificar nossas instituições de Estado, tornando-as mais confiáveis.

Deve caber ao povo brasileiro, e  apenas  a ele, decidir quais devem  ser as reformas a  serem postas  em prática.

A julgar pelas enormes contradições   das decisões do Supremo Tribunal  Federal, nossa Constituição, embora jovem, já está superada, ou nasceu morta,  e deveríamos criar outra, por meio de uma convocação de Assembleia Nacional  Constituinte exclusiva.

O que vemos o STF fazer, atualmente, ora julgando processos politicamente, ora prendendo-se ao texto frio da Constituição, parece-nos uma tentativa de dar aspecto de coerência ao que nasceu incoerente e injusto, como quem quer  colar os cacos de um vaso quebrado.

Os juízes nomeados pelo presidente da República, muitos deles por razões politiqueiras, por interesses em comum, e que recebem altos salários para fingir que levam a sério esta Constituição, ainda conseguem, com seu juridiquês hermético, argumentar em favor de suas decisões, mas o povo tem a sensação vívida de que está sendo enganado.

A suprema corte explica tudo. Mas não justifica suas decisões.

E é assim que as instituições do Estado ficam cada vez mais desacreditadas.

Portanto,  é impossível encontrar soluções para os grandes problemas do país, que são muitos e graves, preservando  a atual Constituição,  uma vez que ela rege toda a vida nacional, a política, a economia, a segurança pública, a educação, a cultura, a saúde, o trabalho, enfim, tudo o que se faz no país.

Assim, todas as propostas que apresentamos partem de uma nova Constituinte exclusiva e uma nova Constituição,  mais justa, inteligente e responsável.

Trataremos  com mais  detalhes  do tema Nova Constituinte  em um artigo a  ser publicado mais adiante neste  blog.

PLANOS DE SEGURANÇA PÚBLICA

As eleições de 2018 são uma excelente oportunidade para debaterem-se  todos os problemas do Brasil.

O Projeto Brasil Cidadão  aponta algumas medidas civilizadas que melhorariam  nossa trágica segurança pública.

Extinção  das Polícias Militares

As polícias militares só existem em países subdesenvolvidos do terceiro mundo, e sempre serviram  como exércitos particulares de ditadores. São organizações arcaicas e ultrapassadas para os dias de hoje.

A hierarquia militar é necessária nas Forças Armadas, principalmente em tempos de guerra, quando  todos os cidadãos precisam unir-se contra um país agressor.

E mesmo nas Forças Armadas,  em tempos de paz, a hierarquia militar pode não ser suficiente para evitar a corrupção.

No Brasil já ouvimos diversas notícias  de corrupção  nas Forças Armadas, como compras superfaturadas e até mesmo furto de doações do povo a flagelados por enchentes.

Mas nas polícias, a hierarquia militar só serve para acobertar a corrupção.

Veja-se o caso da corrupção da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Por muito tempo, esta corrupção esteve encoberta pela hierarquia militar, pois um oficial honesto não poderia denunciá-la à imprensa ou à sociedade, mas somente a seus superiores, sob  pena de ser punido por insubordinação.

E se seus superiores estivessem envolvidos no crime, encobririam a denúncia.

Desta forma, as polícias militares são  como caixas de Pandora, que guardam  segredos de muitos crimes. 

Quando, enfim, a corrupção veio à tona, descobriu-se que estava alastrada por toda a PM do Rio.
Seria ingenuidade pensar que o mesmo não acontece nas polícias militares de outros estados  do Brasil.

Tal como aconteceu no Rio, a   corrupção apenas está sendo acobertada nas polícias militares do país, até que um dia descobriremos  que estão totalmente corrompidas.

Todas as polícias de países desenvolvidos são civis.   

E como no Brasil já temos a Polícia Civil, esta poderia acumular a função de prestar segurança pública, nos parques, escolas e demais locais onde há aglomeração de pessoas.

Há alguns anos, a Organização das Nações Unidas recomendou ao governo brasileiro a extinção das polícias militares. 

Releia esta notícia no seguinte artigo do blog O Cidadão do Mundo: ONU RECOMENDA  AO GOVERNO BRASILEIRO A EXTINÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES.

Mas por que os governos brasileiros não querem extinguir tais polícias, truculentas e criminosas?

Em nossa  opinião,  falta coragem aos governadores, ao Congresso Nacional e ao presidente da República para fazê-lo, pois os policiais militares   são  muito corporativistas, e não aceitam a extinção de sua corporação.
Para falar mais claramente, os políticos têm medo dos policiais militares, pois estes constituem brigadas armadas.

Em 1988, o Partido dos Trabalhadores levantou a bandeira da desmilitarização das polícias.

Mas quando Olívio Dutra foi eleito governador do Rio Grande do Sul, em 1998, nada fez para desmilitarizar a Brigada Militar.

Faltam no Brasil   governantes  com cabelo no peito para extinguir as polícias militares!

Há   quem defenda a unificação das polícias civis e militares,  e outros, a desmilitarização das polícias militares.

Consideramos que a unificação seria como misturar as maçãs podres com as sãs, e a desmilitarização não eliminaria por si só a corrupção já entranhada na  corporação.

O ideal seria criar uma nova polícia civil destinada a fazer segurança pública, e substituir gradualmente as polícias militares pela nova polícia, sem deixar que as duas tivessem contato.

Esta nova polícia civil que patrulharia as cidades deveria  ser muito bem treinada  para saber como tratar tanto  os criminosos quanto  os cidadãos de bem, o que atualmente as polícias militares não sabem nem querem fazer.

As polícias militares, de modo geral, só estão preparadas para tratar delinquentes,  e assim mesmo,  comportam-se de modo igual  a estes, pois torturam, matam e ocultam cadáveres.

As cúpulas das polícias militares recrutam propositalmente  maus-elementos, indivíduos que não têm condições psíquicas de trabalhar em segurança pública.

Na década de 1970, quando não tínhamos notícias em tão grande número nem em tanta gravidade de crimes cometidos por policiais, um psiquiatra da Brigada Militar, do Rio Grande do Sul, declarou à imprensa que muitos brigadianos  não tinham tais condições para ser policiais.

Hoje, quando a ficha criminal das polícias militares é incomensurável,  certamente  o desequilíbrio psíquico dos policiais é muitíssimo mais grave.

E o pior de tudo é que são recrutados exatamente por serem homens desequilibrados!

Por estes sérios motivos,  precisamos  de uma nova polícia, mais civilizada, mais bem selecionada e treinada, mais humana, que saiba ser dura com os criminosos  sem  ser criminosa, e respeite os cidadãos honestos. 

Quando esta nova polícia tivesse treinado policiais suficientes para cuidar de uma cidade, o quartel militar seria desativado ali, e ela assumiria a segurança daquela cidade. 

A atual Polícia Civil também é corrupta, razão pela qual a nova polícia, de preferência, não deveria ser ligada a ela.

A Defensoria   Pública deveria estabelecer-se ao lado das delegacias de polícia,  e todos os suspeitos de práticas criminosas deveriam ser assistidos  por defensores públicos, durante interrogatórios,  para prevenir  torturas, coações e posteriores nulidades de processos.


Mas de nada adiantaria as polícias serem civis, se fossem corruptas.

Por esta razão, deveria ser criado um controle externo das polícias, uma vez que as corregedorias  são marcadamente corporativistas e protegem policiais corruptos.

Certa vez, um corregedor da Polícia Civil do Rio Grande do Sul disse à imprensa que a Corregedoria de polícia sempre parte da premissa de que as denúncias contra policiais civis e delegados são feitas por pessoas que querem atrapalhar investigações de crimes em que estão envolvidas.

A ser assim,  a Corregedoria de Polícia considera que não há policiais civis desonestos, o que torna inútil a existência deste órgão.

Por ser corporativista,  este órgão só investiga policiais se a própria polícia descobrir que estão envolvidos em crimes, ou seja, ela mesma quer cortar na própria carne, recusando-se a investigar denúncias de terceiros, demonstrando assim uma atitude de soberba.

Não acreditamos  que a própria polícia investigando-se vá revelar toda a corrupção nela  existente.

Já depusemos  em  uma sindicância da Brigada Militar,  em 2008, e constatamos  que a corporação  não leva estas  investigações a sério.

Das  acusações  que fiz,  em meu depoimento, ao Tenente Balbiani,  no quartel do 5º  BPM, de Montenegro, RS, somente foram  registradas aquelas  que não comprometiam  brigadianos.

Percebi  que  este tenente  sequer  sabe que, pela lei,  os boletins  de  ocorrência feitos  pelos brigadianos  são considerados  como investigação policial,  e  que, se forem incompletos, a Polícia Civil não poderá corrigir o erro,  e os réus ficarão impunes.

Por tais incompetências e desonestidade,  é absurdo deixar  que as polícias tenham corregedorias e investiguem a si mesmas.

A sociedade precisa poder confiar na polícia, e somente um controle   social poderia assegurar que ela observaria a lei.

Faz-se necessário criar um conselho formado por pessoas de grande saber jurídico e reputação ilibada, para acompanhar os atos das polícias.

Já temos um controle externo para o Judiciário: o Conselho Nacional  de Justiça.

No entanto, o CNJ é composto por juízes, que fiscalizam os atos de seus colegas. Em outras palavras, não temos propriamente um controle externo do Judiciário.

O controle  externo das polícias  deve  ser de fato externo, e estar nas mãos da  sociedade,  e seus membros devem  ter mandato  de no máximo um ano, e selecionados  por concurso público.

Os países desenvolvidos, onde a justiça é coisa levada a sério, não precisam  de bengalas como controles externos. 
Lá as instituições funcionam bem por si mesmas, porque seus líderes e autoridades são pessoas sérias.

Um dia, quando atingirmos no Brasil este grau de civilização, poderemos jogar fora estas bengalas.

Mas por enquanto, cremos  que elas são necessárias, para estancar a grande corrupção que se  alastrou por todas  as instituições  do Estado brasileiro.

No próximo artigo do blog  O Cidadão do Mundo continuaremos  tratando de outra questão referente a segurança pública.

Se  cada  eleitor  expuser  suas  ideias e pressionar  seus  representantes  para  que estudem as  sugestões  da sociedade, poderemos realizar um feito extraordinário, como a criação da lei da ficha limpa, nascida da mobilização de lideranças e  do apoio  de nosso povo.